segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PÃO DE QUEIJO CARIOCA

É mais uma manhã de gado, mas vejo se há tempo para um pão de queijo embora não se possa chamar de pão de queijo, uma maçaroca feita com polvilho, trigo e sabe-se lá mais o quê que tenha gosto de queijo. A garçonete não me olha, se concentra numa nota que alguém lhe entregou , faz caretas tão sobre-humanas, que não distingo se são de mau humor ou de sofrimento. Seus olhos estão vermelhos, talvez não tenha dormido bem, como eu, “socorro, preciso de um café”, penso, tentando fazer com que ela escute meu pensamento. Ela diz, de repente, que não vai me atender se eu não pedir no lugar certo, e me aponta uma fila que é, na verdade, inexistente e bagunçada e em que o critério para ser atendido parece ser, “simpatizo com este aqui”. Definitivamente ela não vai com a minha cara, pois atende a outros que chegaram depois de mim e me deixa esperando. Quando finalmente não resta ninguém pra atender, ela se vira pra mim, pega o meu dinheiro primeiro, olha a nota, diz que não tem troco pra vinte, e  tudo isso com um olhar sádico. Não diz que sente muito por não ter troco , eu gostaria que ela dissesse ,como no cinema americano: “I`m sorry”, mas ela não diz. No Rio de Janeiro nunca dizem isso, as garçonetes adoram não sentir absolutamente nada...

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