Terça, mais um dia de oficioso atraso. Eu tenho pressa,
pressa, eu coelho de Alice, correndo com o relógio nas mãos, alerta e
estressada. Tomo uma van, duvidosa, como todas.
Acontece de tudo em vans do mais corriqueiro, como extrapolar limite
de pessoas, mesmo com os passageiros reclamando; funcionar sem ar-condicionado,
mesmo indicando que tem e pagando o preço por ele, sem ser avisado previamente;
também trocam cartões magnéticos, se você bobear; te fazem pagar duas vezes uma passagem; escutam
um som astronômico de baixo nível no seu ouvido a viagem toda e por aí vai.
Verdadeiras ciladas, elas são como o cartão postal do Rio ao avesso;
“vejam turistas, tudo o que temos de podre, a nossa esperteza macunaímica da
pior qualidade”...
Sento no banco perto da porta, qualquer coisa, é melhor
tentar cair fora de um veículo em movimento do que sofrer na mão de um
assassino, vai saber.
Perigosas e estressantes, alguns de seus condutores e
cobradores são bandidinhos despudorados e conversam sobre tráfico de modo
descarado na cara do passageiro, por um código deficiente e palerma que eles
devem achar que funciona, pois são estúpidos o suficiente pra não perceberem
que seu vocabulário de meia dúzia de palavras não engana ninguém, ou consideram
que os passageiros têm mais em que pensar e não prestam atenção neles, se sentem
impunes. Esse, particularmente para subitamente no meio da Avenida Brasil,
quicando doidamente, quando um maluco se interpõe entre o vidro do motorista e
o asfalto claramente perigoso pedindo carona com cara evidente de marginal que
varou a noite no “batente” e os passageiros honestamente trabalhadores ficam
com as antenas ligadas: “Pô , malandro, dá uma aliviada aí”...”vai por onde? “
“ah, não dá pra mim, valeu”. Escapamos de uma , quando o motorista, solta pro
cobrador: “pô, carona eles querem, mas pra conseguir um pra vender uma pedra
pra mim, é difícil.”. Não se ouve um pio dos passageiros, que se fingem de
mortos.
O descaramento é uma doença nacional e particularmente
muito eficiente nesta cidade.
E, policiais nunca andam de vans...
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